O pequeno relato de um morador idoso de Propriá demonstra o que pode ser sentimento de grande parte da população diante do fato da Festa do Bom Jesus dos Navegantes não ter ocorrido em sua essência devido ao contágio e circulação da Covid-19. Todo o brilho do momento foi ofuscado deixando silêncio e tristeza.
“Desde criança que acompanho a festa. Meus avós e meus pais também assistiam a festa. Meu tios vinham de canoa do sertão e ficavam nas ilhas a semana toda até o dia que o Bom Jesus fazia a trajeto pelo rio. Essa tradição é centenária e foi impedida pelo vírus. Foi a Festa de Bom Jesus mais triste da História de Propriá”, relatou José Antônio.
Os mastros, que é uma tradição cultural na qual homenageia o Santo ao navegar pela margem do rio, silenciaram não soltando fogos como antes. As embarcações fluviais não foram vistas com seus bordos pelo Opará. Tudo ficou triste e emudecido nesse momento justificado pelo poder impeditivo da pandemia.
Embora o momento da pandemia seja determinante para a festa não acontecer, existem reclamações que pesam sobre os ombros da nova administração no que concerne ao fato da falta de criatividade que poderiam ter sido preparadas se houvesse um planejamento de alguns setores que pudessem se envolver (…).
Por Adeval Marques
Foto: Arquivo