Revista Canindé/SE – Um fato que entristece e tem crescido em Canindé de São Francisco nos últimos meses é a saída de jovens em busca de emprego fora do município. O número encontrado superou vinte e seis e continua.
Há quem defenda que a quantidade de pessoas que deixaram Canindé de São Francisco passa dos cinquenta, considerando o ano de 2024 como base. Alguns afirmaram que estavam com esperança em uma mudança da situação desde a gestão anterior – a do ex-prefeito Weldo Mariano -, o que não ocorreu. Essa esperança de alguns em ficar no lugar e ter um emprego se fortaleceu com a disputa entre Kaká Andrade e Machadinho.
Com a vitória de José Machado Barbosa Neto (Machadinho) e após três meses de gestão, as oportunidades, ou ao menos o anúncio por parte dela em relação a um planejamento estratégico no sentido de geração de emprego e renda não ocorreu, acabando por incidir na decisão de deixar Canindé de São Francisco. A idade varia entre 19, 22, 23 e vinte anos. São puxados por veteranos do trecho, irmãos, irmãs, primos, amigos conhecidos que se deram bem e até os próprios pais. Todos eles miram a região Sul do País, “Nós vamos trabalhar nas firmas”, relatou um deles.
“Quando chega à Bahia, a ficha cai. Muitos se separam ainda na viagem, indo pra todo lugar. Alguns choram ao se despedir e ficam calados na viagem. Acho que eles sentem a dor de partir do lugar e ir para o trecho. Já vi muita gente chorando calado”, disse um veterano que é acostumado a levar pessoas para firma.
Os lugares que lideram o ranking de jovens que deixam o município são: Capim Grosso, Cuiabá, microrregiões. O bairro Agrovila, na sede Canindé, é um que se apresentou também com forte evasão de jovens. O fracasso dessa situação é que a cidade perde seu grande potencial motor, força de criação e produção, além de deixar uma cidade mais velha, em termos de população.
A carência de uma política de geração de renda e emprego em Canindé de São Francisco não é de hoje, todas as gestões anteriores falharam, algumas tentaram amenizar, mas sem efeito em longo prazo. A nova cidade tem trinta e sete (37) anos que subiu a serra, deixando esse déficit sempre para o próximo gestor que repete a inércia do anterior. Incompetência, promessa sem base, estudo e planejamento, ilusão de campanha ou incompetência?
A verdade é que a Prefeitura Municipal não tem como empregar ou absorver a grande quantidade de pessoas nos órgãos públicos dela. Enquanto instituição, ela pode e tem o dever de promover políticas públicas, dentre elas a geração de renda e emprego.
Passados três meses de gestão, o prefeito Machadinho ainda não apresentou nenhum planejamento a esse respeito, ele está repetindo outras gestões. As pessoas começam a se questionar. Na voz de uma mãe de família, que tem dois filhos trabalhando fora, surgi a pergunta: “Onde estão as mudanças? O que nós temos de novo? Será que erramos de novo?
Por Adeval Marques