UM CRIADOR DE SITES QUE FAZ SUCESSO
Adeval Marques barranqueiro sanfranciscano, nascido bem próximo de onde morreu Lampião, é, desde menino, curioso em relação ao seu meio. Não se limitou a viver e sentir a caatinga, o rio, os bichos, as gentes, e fez o sacrificado, mas promissor caminho da escola, desde as primeiras letras, já imaginando agora mestrados e doutorados. Adeval é comunicador, acompanha a modernidade . Criou um Site em Canindé (Revista Canindé e hoje Revista Sergipe News). Nele trata do sertão e do mundo. Criou outro em Propriá (Propriá News), também acessado intensamente . O Site recebe agora a Moção de Congratulações da Câmara, por iniciativa do vereador Heldes Guimarães e subscrita por outros, como o Presidente José Aelson dos Santos e Marcos da Feira, todos os pares. Traduzem, os vereadores, o sentimento da comunidade propriaense, vendo, agradecida, a sua terra percorrendo o mundo.
A ASCENSÃO E A QUEDA DO REPUGNANTE CUNHA
Eduardo Cunha sai da história política do país, por ele conspurcada, e vai fazer parte
da crônica policial , a mais adequada a quem, como ele, exibe o imenso prontuário de crimes praticados impunemente ao longo da vida.
Tem-se a lamentar que no cenário político brasileiro, infelizmente, ainda caibam e prosperem tipos escancaradamente mafiosos, tão desprezíveis e repugnantes como o hoje decaído presidente afastado da Câmara Federal.
Assistimos , felizmente durante curto espaço de tempo, a ascensão e queda de um desses mais ousados marginais, contumazes estupradores da República.
Consumado chantagista e rapinante insaciável, Cunha, que tinha na testa bem visível, o selo da calhordice , chegou ao topo que deveria ser reservado unicamente aos luminares da vida pública, aos que exercem o sacerdócio devotado à causa republicana. São poucos, hoje, uma minoria abafada pela ousadia dos cafajestes.
Assim, crescem e ganham espaços os espécimes repugnantes, quase todos podendo ser tipificados nesse sinistro exemplar de tudo de ruim que existe na nossa insana cena política .
Nessa putrefação que a tudo contamina, Cunha tem um papel preponderante. Conhecendo muito bem os tortuosos caminhos que levam ao poder e à fama, ele traçou um roteiro ambicioso para chegar ao seu objetivo. E o fez com imensa desenvoltura e inacreditável ousadia.
Juntou hipocrisia com cinismo e tornou-se, em pouco tempo, o intérprete dos sentimentos reprimidos de uma grande parte da população brasileira, constituída pelos que carecem de discernimento político e não valorizam o significado da ética, por ignorância ou escolha própria. Seduziu aqueles que alimentavam um justo sentimento de indignação, e dessa salada fez o seu discurso . Surgiu então, por algum tempo, como ¨salvador da pátria ¨.
Um dos calhordas que o acompanham de bem perto, o deputado Paulinho, pelego chefe da Força Sindical , fez os seus sindicalistas cantarem o refrão: ¨ Cunha, guerreiro, do povo brasileiro ¨. Há outros que andam também a cantar: ¨ Dilma, guerreira, do povo brasileiro . ¨ Homenageia-se assim, de um lado, o rapinante hipócrita, do outro, a devastadora inepta.
E vamos atravessando um tanto esgotados a nossa via crucis, ou o labirinto deste país , o mais viável entre todos, sejam do primeiro , do segundo ou terceiro mundo, todavia infelicitado, humilhado e corroído pelas escolhas equivocadamente trágicas que fazemos.
UMA FÁBRICA QUE FECHA E O IMPEACHMENT DA DILMA
Mais uma empresa encerra as suas atividades em Sergipe. Fechou as portas a Santista . Há mais de 20 anos estava instalada no município de Nossa Senhora do Socorro. Há algum tempo o grupo controlador da indústria vinha emitindo sinais de turbulências no seu Caixa. Agora, finalmente, consumou-se o previsível desfecho.
Há mais 200 desempregados engrossando a nossa cifra traumática de trabalhadores no olho da rua.
Episódios dessa natureza que afetam sofridamente a vida das pessoas, repetem-se agora por todo o país, onde mais de onze milhões de sem empregos tentam fazer o milagre de sobreviver sem dinheiro no bolso.
Enquanto isso, arrasta-se no Senado o processo de impeachment da presidente.
Na sua motivação o impeachment é claramente insustentável. ¨ Pedaladas ¨ fiscais, aliás historicamente feitas, não seriam erros suficientes para motivar o afastamento da presidente. A punição poderia resumir-se a uma multa. No plenário, ouvem-se vozes raramente sensatas, na sua maioria raivosamente apaixonadas, isso, de ambos os lados.
No cerimonial conturbado da execução política da presidente, alguns dizem, revoltados, que atiram-se pedras contra Dilma somente porque ela esqueceu a liturgia burocrática, que seria irrelevante, e fez isso para que direitos sociais fossem garantidos, e prosseguisse o virtuoso processo de transferência de renda, que retirou mais de 20 milhões de brasileiros da miséria absoluta.
Um cético em relação às receitas vindas exclusivamente do mercado, que não tira da cabeça a idéia de que para o Estado brasileiro a tarefa prioritária seria melhorar a ainda perversa distribuição de renda, ficará sem argumentos, todavia, quando o Estado, errando calamitosamente, sufoca a economia, complica a vida das empresas, gasta irresponsavelmente o que arrecada, interfere em estatais, e transforma uma delas, a antes portentosa PETROBRAS, numa campeã absoluta de endividamento .
Outro cético em relação às receitas de mudança social, argumentará que de nada adianta dar comida quando se destrói a economia, levando o país a uma crise da qual sairá destruído, ou profundamente afetado, todo o mecanismo de proteção social do qual o Estado, hoje falido, é o provedor único.
Para quem não acredita no argumento neoliberal, nas razões absolutas do mercado prostituído pelas casas de tolerância em que se transformaram as instituições financeiras, é duro ouvir vozes que dão plena justificativa fática para o definitivo arquivamento da senhora Dilma Roussef, e, com ela, também de uma idéia sem duvidas generosa de equalização social.
Os descrentes nessas soluções que atribuem ao mercado a capacidade única de mover e comandar a economia, impondo-se sobre o Estado, e relegando ao esquecimento aquela categoria que se chama ¨ pobre,¨ metaforicamente transformada em ¨ menos favorecido ¨, sem que se busquem as causas reais desse ¨desfavorecimento ¨; esses, suspeitosos do tal neoliberalismo globalizante, e ainda acreditando que ao Estado cabem participações importantes, como o planejamento, a defesa do interesse social, o protagonismo decisivo na questão ecológica, a tarefa imensa de corrigir as desigualdades, estão hoje constatando que foi o Estado deformado que feriu de morte a nossa maior estatal, a PETROBRAS.
Sem a rapinagem, sem os absurdos das barbeiragens gerenciais perpetradas, exatamente por um Estado desvirtuado, a PETROBRAS não estaria assim, no fundo do poço, e sem achar petróleo.
Pragmática, ou sensatamente, os que se recusam a engolir o impeachment , que seria também o fim de um projeto social, poderiam estar agora mais preocupados em buscar rumos para que o Estado, reformando as suas instituições, sobretudo a política, se torne um fator modernizante e eficiente de indução da economia , assegurando, sem sobressaltos, um projeto de evolução econômica e social, tendo como base uma matriz de produção em sintonia com a agenda ambiental.
Talvez, esse seja o grande desafio a vencer. Um desafio muito alem da mesquinhez desse improvisado governo Temer, muito mais ainda inalcançável pela inépcia avassaladora da senhora Dilma.
Quem terá coragem ou autoridade moral para pedir aos 200 desempregados da SANTISTA, que se juntam hoje aos milhões na mesma situação, para irem às ruas denunciar o golpe e exigir a volta de Dilma ?
O CLIMA QUE MUDA A ÁGUA QUE ESCASSEIA
Sergipe é um estado privilegiado na questão de recursos hídricos, sobretudo, no capítulo referente à forma como esses recursos hídricos têm sido cuidados ao longo do tempo. Ou seja, cuidamos de estudar os nossos recursos, da forma como utilizá-los, e agora cuidamos de como ampliar a abrangência desses recursos, da chuva, por exemplo, por tanto tempo de certa forma negligenciada. Se negligência houve, isso deve-se, com certeza, ao presente que nos deu a natureza: aquele rio nos delimitando ao norte por mais de 200 quilômetros com Alagoas.
No governo Lourival Baptista o rio começou a encher adutoras e abastecer cidades, daí em diante, nenhum governo parou de fazê-las. Augusto Franco fez a maior delas: a que vem do rio até Aracaju. E essa responde por mais de 60 % do que a capital e o pólo industrial da PETROBRAS consomem. Mas agora o Velho Chico encolhe. Não são boas as noticias para o próximo verão. Choveu nas cabeceiras, mas o lago de Sobradinho não chegou a 40%. Isso quer dizer que sem as chuvas de verão pontualmente chegando até o final do ano, e em razoável volume , teremos problemas. Para o sistema de geração de energia não ser afetado será mais ainda reduzida a hoje ínfima vazão do rio. Essa possibilidade preocupa há algum tempo o governo do estado. A DESO está com um projeto pronto de um canal para garantir a água suficiente para as bombas que suprem a adutora. Mas o recurso federal que estava assegurado, não chegou, e já se sabe que não virá. Alegam em Brasília : ¨ Não há dinheiro para ações preventivas ¨. Quem diz uma imbecilidade dessas, desqualifica-se para exercer qualquer cargo público, mas, infelizmente, é desse tipo de gente que andava lotado o governo de Dilma, e há mais ainda no governo de Temer. Com as últimas chuvas melhoram as condições de armazenamento da grande barragem do Poxim, iniciada por Déda, concluída por Jackson, com aporte de recursos federais, aliás, sempre parcimoniosos quando se trata de Sergipe.
O que se pensa e se faz agora é perfurar poços artesianos, e elaborar projetos de barragens e açudes. A crise no São Francisco, a diminuição das chuvas, demonstram que é urgente desenvolver meios de armazenar a água pluvial. Hoje, a perdemos, e isso é imperdoável desperdício..
Na DESO, o presidente Carlos Melo tem uma equipe voltada para projetos de ampliação do sistema de abastecimento. Na Secretaria do Meio Ambiente, o Secretário Olivier Chagas concentra-se na questão da preservação e da viabilidade ecológica de projetos, contando com o largo conhecimento no assunto da equipe de Ailton Rocha, um dos maiores especialistas em recursos hídricos. Existe a participação da ADEMA, comandada pelo ex-senador Almeida Lima. Participam ainda as Secretarias da Inclusão Social, da Agricultura, a Defesa Civil, comandada pelo coronel Mendes, e a COHIDRO, agora dinamizada pelo presidente Jose Carlos Felizola.
A Secretária Marta Leão e o Secretário Esmeraldo Leal, participam e acompanham todas as ações, inclusive em constantes deslocamentos ao interior. O clima é bom, e quando se juntam entusiasmo e criatividade as coisas acontecem.
DE SERGIPE CUNHA SÓ TERÁ UM ÚNICO VOTO
Dos oito deputados federais sergipanos, Eduardo Cunha só terá o voto seguro do deputado André Moura, que é a ele umbilicalmente ligado, e em nenhuma hipótese o deixará desamparado.
Contra Cunha, certo e seguro o voto do deputado João Daniel . O deputado Laércio Oliveira fez questão de anunciar antecipadamente que votará pela cassação de Cunha, depois, Mitidieri e Valadares Filho fizeram o mesmo. Quase com certeza, Adelson Barreto, Joni Marcos e Fábio Reis completarão o placar de 7 x 1.
BONS E MAUS EXEMPLOS DE GENTE QUE VESTE TOGA
No Paraná juízes e promotores juntaram-se numa combinada retaliação que fazem a jornalistas da Gazeta do Povo. Montaram uma chuva de ações contra profissionais daquele jornal que noticiou vantagens , talvez indevidas, salários de causarem inveja aos antigos marajás do serviço público.
Os togados paranaenses, uma parcela que se imaginou intocável, sentiu-se afrontada, e foi à forra. Os jornalistas respondem a uma chuvarada de ações, e intimados, cumprem um périplo impossível entre comarcas separadas às vezes, por grandes distancias. Parece, e é, mesquinharia vingativa dos autores das ações, saboreando o estranho e mórbido gosto de infernizar a vida dos jornalistas.
Aqui em Sergipe, felizmente, os exemplos são outros. Como aquele, dado por um magistrado da Comarca de Tobias Barreto, Eliezer Siqueira de Souza Junior negando pedido de indenização por danos morais exigidos de um professor, pela mãe de aluno que teve o seu celular apreendido pelo mestre ao usá-lo desrespeitosamente ouvindo música durante uma aula. O menino, alegou a genitora, privado do seu celular, passara por um ¨ ¨sentimento de impotência, revolta, além de um enorme desgaste físico e emocional ¨.
Um trecho escorreito da lapidar sentença do Juiz Eliezer Siqueira : ¨¨ Julgar procedente esta demanda , é desferir uma bofetada na reserva moral deste país, privilegiando a alienação e a contraeducação, as novelas e os realyts shows, a ostentação, o ¨ bullyng intelectivo ¨ o ócio improdutivo, enfim, toda a massa intelectivamente improdutiva que vem assolando os lares do país.¨
A MÉDICA O BISTURI E AS MÃOS GELADAS
O título da matéria parece sugerir que alguém, no caso uma médica, teria nas mãos geladas um bisturi. Mas não é nada disso.
A médica é a Doutora Sônia Lima, referencia não só em Sergipe, quando se trata da sofisticada técnica da laparoscopia, na qual ela doutorou-se pela Universidade de São Paulo. Professora da UFS e da UNIT, Sônia, alem de tudo é uma cidadã inquietamente participativa, e docemente solidária. A doçura, nesse caso, consiste em fazer, em socorrer, sem dizer nem propalar o que para ela são apenas os atos indispensáveis para quem fez aquele hipocrático juramento. Agora, ela movimenta-se para que se instale em Aracaju um equipamento de cirurgia robótica. É ¨ coisa de primeiro mundo ¨ como se costuma dizer com aquele sentimento de inferioridade ¨vira – lata ¨ que ainda nos castiga.
As ¨ mãos geladas,¨ entram aqui, apenas para destacar um trabalho que Sônia acaba de concluir. Trata-se de um livro, quase uma revista ilustrada que ela escreveu especificamente, para crianças e adolescentes, sobre a identificação e tratamento da hiperidose, doença de quem sua muito, e tem as mãos frias. O projeto gráfico é de Marcos Ribas, e na revisão do texto participou , nada menos do que a médica e professora Maria Bernadete Galrão de Almeida Figueiredo, Bete, que dirige o moderno, sem deixar de ser tradicional Colégio do Salvador.
JORNALISTAS QUE TODO JORNAL GOSTARIA DE TER
O Jornal da Cidade foi criado por dois jovens inquietos, quase buliçosos. Um, mais publicitário do que jornalista, Nazário Pimentel. Outro, jornalista completo, por vocação e destino, Ivan Valença. Surgia a novidade: o jornal em off –set. Hoje, nem mais se sabe o que era a outra forma de impressão. Augusto Franco, empresário e visionário do progresso, queria uma mídia impressa para completar o complexo de comunicação, e adquiriu o Jornal da Cidade. Pimentel foi fundar outros, aqui, em Alagoas, até encontrar a tranqüilidade remançosa , do sertão sergipano de Canindé, que tem caatinga , cânion fascinante, paisagem onde se fazem novelas e filmes. Tornou-se hoteleiro. É um primor o seu Xingó Parque Hotel. No Jornal da Cidade de agora, modernizado e tão carinhosamente cuidado por Antônio Carlos Franco, ( quanta falta ele faz a Sergipe) mourejavam, o colunista sempre primoroso e exemplar em ética, Ivan Valença, e aquele que através do tempo faz Historia, assim, com H maiúsculo, tratando exatamente da gente do seu tempo, Osmário Santos.
Sob a alegação de que a crise é grave, e efetivamente será mais ainda se não a enfrentarmos partilhando sacrifícios, Ivan Valença , Osmário Santos, e mais quatro jornalistas foram demitidos do Jornal da Cidade. Nele, ainda restam os sempre primorosos colaboradores eventuais, como Jose Lima Santana, Clóvis Barbosa, e por ai vai. São diversos. E há o prazer insubstituível de ler na edição dominical o caderno movimentado da sempre renovada Thaís Bezerra.
Por Luiz Eduardo Costa
Jornalista
Publicado no Jornal O Dia (Edição de Segunda-feira, 19/06)
Publicado do site Revista Sergipe News